sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

O Senhor de Valência Parte II: O império Contra-Ataca


Abstendo destes trocadilhos baratos entre “Guerra nas Estrelas” e “O Senhor dos Anéis” vamos ao que interessa. Como o Sr. Murphy tentou me pegar e não conseguiu, eu fui pra Valência e quando chegou lá já era de noite. Foi o primeiro país cujo língua falada não era o português que eu fui parar (pra quem não sabe Valência fica na Espanha).  Confesso que fiquei um pouco nervoso à primeira vista, mas com um pouco de espanhol que eu havia aprendido e a convivência em casa com 1 cubano e 1 casal de espanhóis logo me fez perder o nervosismo. 

A primeira coisa naturalmente que fizemos foi seguir direto ao Hostel (Hostel é um albergue para mochileiros como eu. Acostumem-se com esta palavra. Será muito dita aqui no blog) para fazer o check-in e deixar as malas. Como a minha amiga possuía um mapa tava tudo ok. Era só pegar o metrô, descer na estação X (que eu não me lembro mais) e seguir direto ao Hostel.  O fato foi que a gente desceu na estação errada e tivemos que andar um “tantão” para não ter que pagar outra passagem (que não era muito barata). Mas teve bom. Andando pela cidade me identifiquei bastante com BH. Os prédios, a noite, os bares (não como os de BH lógico), as ruas. Tudo me fez lembrar a minha querida Belo Horizonte (Aliás, Valência foi a cidade que mais me identifiquei com BH).  Chegando ao Hostel deixamos a mochila e fomos dar uma volta pelas redondezas pra ver como é a cidade.

“OMG!”. Essa foi a impressão que tive à primeira vista da cidade e continua sendo até hoje. Cidade exuberante, com torres magníficas, basílicas e catedrais enormes com torres e relógios monstruosos. Confesso que no começo fiquei abismado com tamanho exagero que os construtores da época aplicavam às suas construções (Diga-se de passagem que esse exagero todo não era nada mais do que uma forma de mostrar poder a outras civilizações). Depois do sentimento de abismo, veio a raiva. Raiva? Sim a raiva! Já estava com raiva do fato daquelas construções serem todas enormes e estava ficando difícil de bater fotos. Hehehehe. Mas o meu egoísmo não tira o brilho dessa cidade magnífica. Depois de dar uma conferida nessa cidade à noite fomos dormir pra acordar no outro dia bem cedinho e curtir ela de dia.

A cidade de dia não foi diferente. Estava mais movimentada claro. Era fim de semana e estava lotada de turistas. Um fato impressionante da cidade foi a mudança de curso de um rio que passava na cidade. Com as enchentes que a cidade sofria, mortes e inundações por causa do rio, a cidade de Valencia mudou o curso do rio e ele agora passa por fora da cidade. E o que ficou aonde era o rio? Eles fizeram um complexo esportivo aonde era o rio, com campos de futebol, pistas de corrida e ciclismo, sem contar em um imenso jardim para lazer.

O passeio por Valência foi bastante proveitoso. No segundo dia fomos conhecer “La ciudad de las artes y ciencias” que é um grande complexo com vários prédios que inclui: bibliotecas, museu, parque e um aquário, o L’Oceanográfic que é o maior aquário da Europa.

Claro que eu não perdi a oportunidade de visitá-lo. O aquário era tão grande que se leva entre 3:00 à 4:00 horas para visitá-lo por completo. Era dividido entre vários prédios que separava os peixes por regiões (Mediterrâneo, Ártico, Antártico, etc.). Ainda tive a sorte de assistir uma apresentação dos golfinhos que durou cerca de 20 minutos. Saí de lá já era noite e o aquário já estava fechando. A vista daquele local era magnífica. Tanto de noite, quanto de dia. Aqueles prédios exuberantes com designs inovadores vão deixar saudades e uma lembrança eterna.

Fiquei bastante surpreendido com a Espanha, principalmente com Valência que se mostrou maravilhosa, mesmo não sendo uma cidade tão famosa quanto as outras da Espanha (Barcelona, Madrid, etc.).

Quanto ao povo espanhol e ao clima o que tenho que dizer é que eles são em sua maioria muito educados, gentis e alegres com os turistas. E que apesar de que estávamos em outono indo para o inverno, Valência estava razoavelmente quente. Estava quente a ponto de sair com short e camisa de dia.

O que Valência tem de diferente que as outras cidades não têm? As torres da época das guerras medievais que estão em um bom estado de conservação, A basílica e uma das maiores igrejas góticas do mundo, a cidade das artes e ciência que inclui o maior aquário da Europa, o rio que foi desviado e hoje é uma grande área de lazer, entre outras coisas.

O que fez com que essa viagem fosse também uma das melhores foi o Hostel ao qual ficamos que tinha um preço bom e era bastante confortável e bem localizado. Sobre Hostels falarei em outro post com mais calma.
No segundo dia da viagem não aproveitamos tão bem como gostaríamos. A viagem era de tarde, logo só tínhamos a manhã para aproveitar. E como saímos de mochila nas costas, fomos ver o que não tínhamos visto ainda e depois fomos direto ao aeroporto.

Desta vez sem complicação, fizemos check-in em um horário bom, passamos com as malas, embarcamos e voltamos pra Porto. Depois era só descansar da viagem que fizemos.

A seguir: “O Guia do mochileiro das galáxias”

 
Figura 1: Um dos prédios do L’oceanográfic e também uma das minhas fotos preferidas.

Quote do Post: "A vida é uma dança e a morte é apenas a melodia que a acompanha"

Música do Post: Terence Trent D’arby - Wishing Well

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O Senhor de Valência Parte I: A ameaça Fantasma


A minha viagem pra Valência na Espanha foi a primeira extra-Portugal que fiz. Foi a primeira vez que viajei de avião pela companhia Ryanair (Leia-se Pobrenair). Essa viagem não se encontra na lista dos destinos de fiz no fim de ano. Essa será contada em uma grande narrativa mais tarde. A viagem de Valência ocorreu dos dias 10 à 12 de dezembro. Mas antes da viagem se concretizar houve uma aventura a parte que vale a pena ser contada.

Como era a primeira vez que eu ia sair em uma viagem longa (uma viagem que durasse mais de 1 dia) eu estava super empolgado. Na véspera nem dormi praticamente. Como a viagem era de tarde, de manhã eu havia programado de ir comprar o meu tripé para levar. Olhei direitinho o que eu queria, anotei o endereço da loja, fiz um mapa esdrúxulo e saí todo felizão que ia comprar um tripé para minha câmera!
Eu achava que era perto (algo como 15~30 minutos de caminhada), mas à medida que eu ia caminhando eu ia descobrindo que ficava bem mais longe do que eu ia imaginava. E como é de praxe do Kamusett, acabei ficando perdido no meio do caminho. Após algumas horas dando voltas e voltas eu finalmente consegui chegar ao local que eu queria. E quem disse que havia alguma loja lá? O endereço dava no meio de um conjunto habitacional. Não havia sequer uma lojinha pra falar que havia algum comércio por ali. Fiquei ali parado por um tempo encarando o cachorro que tava dormindo na calçada. Pensava: “Puta merda! Andei horas pra chegar nesse fim do mundo sem nada!”.

Mas não deixei que isto abalasse o meu bom humor e a minha empolgação de viajar não. Voltei pra casa a pé (mais 1 hora de caminhada) e quando cheguei lá era mais de meio-dia. Como o vôo era às 15 horas mal deu tempo de fazer um almoço, tomar um banho e arrumar as malas. Como assim? Não tinha feito as malas ainda? Hehehe! Como bom brasileiro que sou, deixo sempre as coisas pra última hora. Arrumei a mochila e saí correndo para o aeroporto.

Um pequeno detalhe: eu não estava com as passagens. Elas estavam com uma amiga, que estava me esperando no aeroporto. Logo isso implicava que se desse à hora do portão de embarque fechar ela embarcaria com minhas passagens e eu ficaria na mão. Naquela altura do dia o meu bom humor e empolgação já tinham virado nervosismo e stress. De acordo com os horários do metrô, eu chegaria ao aeroporto faltando 10 minutos para o portão fechar. Teria que dar uma de Flash e sair correndo aeroporto a fora pra pegar as passagens, fazer o check-in e embarcar. 

Cheguei a tempo, porém quando fui fazer o check-in, o balcão estava fechado. Por sorte a atendente do lado quebrou meu galho, furei o filão e ela carimbou a minha passagem. Depois disso fiquei mais tranqüilo, era só embarcar e ir curtir Valência. Já na fila pra pegar o avião meu stress já tinha se desvanecido. Já ria da situação toda e pensava: “É senhor Murphy! Hoje você tentou me pegar, mas não teve pra ti não. Tenta na próxima.”. Peguei o avião e fui pra Valência e no final das contas a ameaça de Murphy não passou de uma ameaça fantasma.

 Figura 1: Lei de Murphy: "Se algo pode dar errado, dará"

Quote do Post: "Somente uma mente livre das preocupações da carne, pode ver o mundo como ele realmente é"

Música do Post: Paco de Lucía – Entre dos Aguas