terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O Senhor de Valência Parte I: A ameaça Fantasma


A minha viagem pra Valência na Espanha foi a primeira extra-Portugal que fiz. Foi a primeira vez que viajei de avião pela companhia Ryanair (Leia-se Pobrenair). Essa viagem não se encontra na lista dos destinos de fiz no fim de ano. Essa será contada em uma grande narrativa mais tarde. A viagem de Valência ocorreu dos dias 10 à 12 de dezembro. Mas antes da viagem se concretizar houve uma aventura a parte que vale a pena ser contada.

Como era a primeira vez que eu ia sair em uma viagem longa (uma viagem que durasse mais de 1 dia) eu estava super empolgado. Na véspera nem dormi praticamente. Como a viagem era de tarde, de manhã eu havia programado de ir comprar o meu tripé para levar. Olhei direitinho o que eu queria, anotei o endereço da loja, fiz um mapa esdrúxulo e saí todo felizão que ia comprar um tripé para minha câmera!
Eu achava que era perto (algo como 15~30 minutos de caminhada), mas à medida que eu ia caminhando eu ia descobrindo que ficava bem mais longe do que eu ia imaginava. E como é de praxe do Kamusett, acabei ficando perdido no meio do caminho. Após algumas horas dando voltas e voltas eu finalmente consegui chegar ao local que eu queria. E quem disse que havia alguma loja lá? O endereço dava no meio de um conjunto habitacional. Não havia sequer uma lojinha pra falar que havia algum comércio por ali. Fiquei ali parado por um tempo encarando o cachorro que tava dormindo na calçada. Pensava: “Puta merda! Andei horas pra chegar nesse fim do mundo sem nada!”.

Mas não deixei que isto abalasse o meu bom humor e a minha empolgação de viajar não. Voltei pra casa a pé (mais 1 hora de caminhada) e quando cheguei lá era mais de meio-dia. Como o vôo era às 15 horas mal deu tempo de fazer um almoço, tomar um banho e arrumar as malas. Como assim? Não tinha feito as malas ainda? Hehehe! Como bom brasileiro que sou, deixo sempre as coisas pra última hora. Arrumei a mochila e saí correndo para o aeroporto.

Um pequeno detalhe: eu não estava com as passagens. Elas estavam com uma amiga, que estava me esperando no aeroporto. Logo isso implicava que se desse à hora do portão de embarque fechar ela embarcaria com minhas passagens e eu ficaria na mão. Naquela altura do dia o meu bom humor e empolgação já tinham virado nervosismo e stress. De acordo com os horários do metrô, eu chegaria ao aeroporto faltando 10 minutos para o portão fechar. Teria que dar uma de Flash e sair correndo aeroporto a fora pra pegar as passagens, fazer o check-in e embarcar. 

Cheguei a tempo, porém quando fui fazer o check-in, o balcão estava fechado. Por sorte a atendente do lado quebrou meu galho, furei o filão e ela carimbou a minha passagem. Depois disso fiquei mais tranqüilo, era só embarcar e ir curtir Valência. Já na fila pra pegar o avião meu stress já tinha se desvanecido. Já ria da situação toda e pensava: “É senhor Murphy! Hoje você tentou me pegar, mas não teve pra ti não. Tenta na próxima.”. Peguei o avião e fui pra Valência e no final das contas a ameaça de Murphy não passou de uma ameaça fantasma.

 Figura 1: Lei de Murphy: "Se algo pode dar errado, dará"

Quote do Post: "Somente uma mente livre das preocupações da carne, pode ver o mundo como ele realmente é"

Música do Post: Paco de Lucía – Entre dos Aguas

Nenhum comentário:

Postar um comentário